segunda-feira, 11 de junho de 2012

Discurso 25


Quando nascemos o mundo também nasce para nós. Porque o mundo, enquanto fenômeno de imagem luz, só se faz quando existem olhos que se abrem para vê-lo, como um ecrã onde a imagem se projeta e é projetada. Pois na invisibilidade só o que existe é o silêncio latente da vontade prenha. É no primeiro ou no último olhar que as coisas se apresentam em sua virgindade primitiva e fenomenológica, nuas de compreensão, totalmente despidas de sentido, vazias de valor, ignorantes de objetivo e finalidade, simplesmente existente. O primeiro ato para uma vida plena (que se autoafirma até em seus aspectos mais tenebrosos), é a aceitação incondicional da liberdade extrema da existência , sua gratuidade despreocupada, indiferente e criadora.

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