Foi assim, de repente, num piscar de olhos, onde me falha a memória,
em um instante sem tempo. Que vi, de relance, como quando viramos a
cabeça muito rápido, e sobra no canto do olho uma imagem muito
abstrata, como uma rastro ou uma pegada, bem na fronteira entre o
percebido e o anunciado. Um fantasma! Ainda sem corpo ou palavra, mas
presente, latente. Vejo a sombra da Morte, que se esconde
silenciosa por de trás de todas as coisas (ou a Vida que aguarda na
contingência). Sinto um medo que corta o pensamento, que inutiliza o
gesto e cala a voz. E tudo ao meu redor torna-se cinzas. E a casca do
mundo se revela frágil como um espelho. E desde então, caminho
cauteloso e taciturno, como quem anda por sobre cacos. E ouso a cada
passo, o solo se rachar lentamente por sobre meu pés vacilantes.
Esse som de Angústia ecoa pelo vazio infinito de dentro de mim...
Agora, tudo que espero, mesmo na desesperança, é tecer meu Véu de
Maya, belo e brilhante, como o ouro falso dos tolos e dos loucos,
repleto de múltiplas formas geométricas dançantes como um arabesco
colorido. Para cobrir meu altar de papelão feito relíquia, e adorar
meu falso ídolo de dupla face, brindando a vida com um cálice de
ossos.
A Força
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"A ação perfeita é devoção". Li em algum livro de ocultismo da Helena
Blavastky, e nunca me esqueci, no meu coração sentia que era a mais pura
verdade. Des...
Há 7 anos
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