quinta-feira, 28 de agosto de 2008


"Congresso Internacional do Medo" uma peça do gupo Espanca (MG) que assisti no Cena contemporânia desse ano. E com um ideal de reciclagem de idéias eu fiz uma paráfrase:
Em um certo lugar do mundo, em um certo país, em uma certa hora, encontraram-se diferentes sábios de diferentes nações. Filósofos, cientistas, artistas e doutores para discutir os complexos fenômenos da existência. Humanos, homens e mulheres reunidos ao redor de uma mesa expondo seus vastos Conhecimentos sobre a Natureza, as sociedades humanas e o Tempo que as rodeia e altera. Tal evento visto de fora, foi chamado “Congresso Internacional do Medo”. Mas entendido por dentro esse acontecimento poderia definir o Mistério da Eterna procura!
Ali em determinado espaço abstraído da própria realidade, falou-se muito e muito se debateu sobre os problemas fundamentais. Um furacão de Idéias passou por lá! Teorias políticas, filosofias metafísicas, crenças religiosas, místicas e cientificas... Inúmeros discursos, palavras, escritos, verdades e mentiras, eternas e efêmeras criações humanas. A antiga mania de interpretar a realidade através da Ilusão (ou vice e versa). Falou-se de tantos socialismos, liberalismos, evolucionismos, racismos e outros vários “ismos”. Lembrou-se do passado, do Tempo que voa, de tantas histórias, de muitas guerras, misérias, governos, e tantas conquistas gloriosas e invenções estupendas. Arte e Cultura!Falou-se deveras! E no fim do falatório, a boca cansou, e no peito ainda restou um peso profundo. Dos poros escoria um liquido frio cheirando a medo!
E enquanto tudo isso ocorria, fora do Tempo e do espaço, sem maiores perturbações, eis que bailavam ritmicamente em uma dialética cósmica a Vida e a Morte, erguendo aos céus o monumento ao Eterno retorno...! (Magnífica ironia)

domingo, 24 de agosto de 2008

As Horas


Acordo de repente como em um susto. E por um instante me sinto como se acordasse de um pesadelo. Mas ao me levantar e abrir bem os olhos para o mundo, vejo que ainda estou em um sonho. Minha vida! Minha existência! Às vezes penso que ainda não as tenho em minhas mãos. As horas passam e passam... Parecem não me pertencer ainda. Na vida só ficam os anos que foram nossos, as horas que realmente vivemos! E sinto que as minhas ainda não vieram. Estou perdido em um limbo infinito, na inconsciência do ser. Como em uma sala de espera da vida. Esperando, esperando, esperando... E as horas que se passam e passam e passam... Não é ainda minha vida. E em uma dolorosa e angustiante mistura de passividade, medo, e dominação, eu me mantenho parado, imóvel enquanto as horas (que não são meu tempo) passam. E o pesadelo se perpetua. Quando será que acordarei, e enfim farei o meu próprio tempo?! Quando enfim viverei as horas sem a angústia e o tédio de ter de contá-las?...