terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nostalgia do não-Ser

As vezes ouso das profundezas obscuras do Ser, ecos de vozes do além, que ecoam clamando por tempos imemoriais, tempos antigos provindos de antes dos tempos, que reclamam a nostalgia do não Ser. De que falam esses espíritos estranhos e sem rosto, que brotam das rachaduras da existência como um antigo e inominável mal?  Como posso traduzir uma linguagem sem palavras de gritos sem som e desejos sem vontade?  Não sei o que são, mas sei que existem no fundo dos meus olhos e espreitam silenciosos os labirintos de minha alma insólita esperando a hora incerta e abstrata donde salta o Lobo. A saudade do que não foi, e do que um dia voltará. Saudade sem nome, sem encontro ou despedida. Saudade do insondável principio fim. O que existe antes da vida é o mesmo que depois dela?! É daí que vem minha mórbida saudade ancestral! Como uma parte tão minúscula pode desejar um Todo tão incompreensível que o olhar nem alcança? O outro lado do Ser me chama, mas como responder se minha memória curta perdeu o caminho de volta para Deus? ...
Não é a Morte que desejo, mas seu irmão de essência o Êxtase!