sábado, 3 de dezembro de 2011

Sobre a escrita do aforismo

Um aforismo não pode ser uma máxima, ele é uma minima. Uma compilação de tudo que é essencial. É nisso que consiste sua grande problemática. O essencial é por um lado o obvio, o que está sempre presente, o invariável, por outro é o inapreensível, a raridade, a pedra filosofal. Por isso todo aforismo e composto de uma dose de filosofia e uma dose de poesia, intrínsecos nas palavras. Há nele uma busca pela Verdade e ao mesmo tempo uma total despretensão para com ela. Assim, o aforismo carrega em si uma ambiguidade natural, sua proposta é extremamente ousada, mas seu resultado é sutil, busca a complexidade, mas é banal, tenta ser sucinto, mas traz a amplidão, parece ser direto, mas possibilita muitas interpretações. O aforismo nasce de uma percepção instantânea em um penamento prolongado. É um exercício poético que presa pela simplicidade sensível e pelo bom humor despreocupado. É contra toda a arrogância intelectual e verborrágica dos que muito falam e nada dizem.

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