terça-feira, 7 de abril de 2009



Quem sou Eu se não o outro, o que me vê e me ouvi?! O que me nomeia e invoca?!
Em certas manhãs em que, sabe-se lá porque, me levanto doente dos olhos e me ponho a pensar, quem sou Eu? Entre minha xícara de café e minha viajem de metro, me transporto para o universo paralelo de minha mente e chego à estação quase como um estrangeiro em terras distantes. No passar rápido das imagens pela janela do metro me lanço em reflexões sobre meu Eu concreto e meu Eu abstrato.
Quem sou Eu? Serei o uniforme que visto, de professor, faxineiro ou médico? O sorriso amarelo e cordial que colo ao rosto para falar com os clientes, na loja de sapatos, na concessionária ou na recepção?Serei Eu talvez, alguma de minhas funções, filho, pai, irmão, amante ou marido? Quem sabe posso ser Eu os lugares que freqüento a universidade, o bar, o cinema ou o banheiro? Posso ser a política nacional, a economia mundial ou quem sabe a religião católica? Ora triste, amargo, repulsivo! Ora feliz, simpático, amável! Quem sou Eu entre tantos afinal? Um ator errante de mim mesmo, sempre representando o que os outros podem ver! Um palhaço carnavalesco sempre trocando de máscara a cada novo espetáculo da vida cotidiana! Sou Eu o outro, o que não sou. Sou Eu o ego, o que serei. Sou Eu o papel social que assumo, aqui, ali e acolá. Sou Eu o que exigem de mim as forças sociais e o que penso delas. Sou Eu o que fizeram de mim e também o que fiz do que fizeram de mim! Nunca esquecendo o degredo a liberdade. Sou Eu muitos, múltiplos, infinitos... Sou eu o resultado inacabado e inacabável da dialética social entre a máscara que visto e a fenda dos olhos que dá para a imensidão inefável de minha alma!

"Neste caso, o sujeito assujeitado à sua identidade passa a ser um 'eu' em construção, em processo, numa poética identitária, poética entendida como processo, mutação, onde os limites se traduzem apenas no passado, numa cartografia de mim,numa identidade nômade". (Tania Navarro Swain)

Um comentário:

Anônimo disse...

oi...

achei um recorte que combina com seu post vou colar ele aqui tá?

Segundo as escrituras do Tantra:
"... Tudo que está dentro está fora. E senão está dentro, não está em lugar nenhum."

Descobrir, revelar e potencializar o que já É e está imerso na Realidade Eterna – TAT TWAN ASI - "Aquilo que É sendo apenas Isso", sempre presente e existente, porém mascarado pelos véus das ilusões e vicissitudes da vida."

coisas yogues ;)
beijos!