Da cisão de meu ser, da discórdia do meu eu, da contradição
intima, nasce o duplo, o Outro que me habita, tão próximo e
desconhecido. Os olhos que me observam, me indagam, me acusam e me
condenam, por muitas vezes não ser quem penso que sou, e outras por
ser deveras eu mesmo. Ele está em toda parte, nos olhos alheios, no
reflexo do espelho, por dentro de minha pele. Pensa com meus
pensamentos, fala com minhas palavras, age com meus gestos, e mesmo
assim está sempre a me escapar, a me esconder, a me trair. É vítima
e algoz em minha angústia. Tudo em mim que é distância,
pensamento e ação, querer e poder. É falha, lapso, desencontro,
intervalo indefinível de mim para comigo. O desejo que dúvida, a
ação que vacila, a fala que gagueja. Tudo o que sou e não posso
ser, tudo que deveria ser mesmo não sendo. Ele acompanha minha
solidão e não me deixa esquecer o veredito: Estas condenado a
sempre estar contigo...
A Força
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"A ação perfeita é devoção". Li em algum livro de ocultismo da Helena
Blavastky, e nunca me esqueci, no meu coração sentia que era a mais pura
verdade. Des...
Há 7 anos
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