quinta-feira, 3 de maio de 2012


                                     (Melancholia I, gravura, Albrecht Dürer)

Caminho pelas ruas da cidade, atravesso salas e corredores, vou ao shopping center, sento no bar, tomo um coletivo, transitando entre homens e mulheres que me olham com uma estranha normalidade, e secreta mantem-se minha dor! Não percebem meu iguais tão diferentes que manco? Que arrasto dificultoso o peso incalculável de uma ausência? Uma falta sem nome, uma ferida por debaixo da camisa, que espada ou revolver nenhum podem fazer! Que sangra e clama em palavras incompreensíveis como uivos de um animal moribundo a volta do desconhecido. Que parte que me falta e me ocupa de vazio? Uma perda indelével me acompanha antes mesmo de mim, e por ela vago solitário com a capa negra do luto, sem um corpo para velar ou fotos para lembrar, mesmo assim sem esquecer nem por um instante...

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