quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O exilio



Quem são os sem alma? Para que terras remotas são enviados os que perderam sua alma? Porque crime hediondo foram eles condenados, que tipo de Deus cruel os flagela? São eles os exilados da alma! Nasceram sem essência esses pobres infelizes, e se algo conseguem construir logo se esvai como poeira, por isso são amorfos, sem rosto, sem pátria, sem família, sem iguais. Eternos andarilhos vagam por entre as multidões imperceptíveis e rapidamente desaparecem ao longe como fantasmas. Carregam na fronte a marca de Cain, estigma dos homens e dos tempos, marcados por seu ódio, marcados por seu mal, marcados por serem demasiado humanos! Neles não se pode fala, eles poucos podem ver, estrangeiros de todos os lugares, estranhos a tudo e a todos, degredados do mundo e de si mesmos. São eles os exilados da alma! Inconformados com o existirem como coisa, como bicho, como homem... Eles fogem, fogem do destino, da dor, da morte, do amor... Ao contrario da maioria dos humanos que se contentam com as ilusões da civilização eles fogem. Para onde fogem? Para todos os lugares e para lugar nenhum. São eles os exilados da alma! Na bagagem a solidão, nos olhos a desilusão, no peito o nada deixado pelo vácuo da alma que lhes foi arrancada. São eles os exilados da alma!

3 comentários:

Anônimo disse...

bem-aventurados os que choram...

Anônimo disse...

“Siempre habrá un ordem que desordenar
Cuando antes
Mejor
Mis huesos
Mis recuerdos
Mis silencios
Todo se halla em su sitio
Por lo tanto
Ya estoy en condiciones de extraviarlos”
(Mario Benedetti).

Ninguém disse...

Lindas palavras! Obrigado