domingo, 9 de outubro de 2011

                                         (Goeldi - xilogravura)

No alto de minha torre de marfim, sentado frente a janela, contemplo a imagem melancólica da cidade cinzenta la fora, com o som sereno da chuva que cai por sobre as árvores. A fumaça de um cigarro misturado ao vapor de uma xícara de café dissolve os pensamentos em silêncio interior. Me sinto no auge de minha solidão tal como a matriz sólida de uma xilogravura, imóvel no tempo, imagem imemorial, que guarda em sí todas as virtualidades do possível. E assim o fato banal se torna poesia. Despreocupado, tomo o livro de minha vida nas mãos e o folheio sem ordem estabelecida, como em um sonho...

Nenhum comentário: