O desejo é principio de falta ou impossibilidade de saciação,
posto seu sentido profundo de busca infinita. Ele é o que tarda a
regressar e o que nunca cumpri seu destino. Enquanto ausência está
ligado a lembrança do imemorial, ao arcaico e metafísico, provindo
das origens impenetráveis do Ser, fazendo-se somente no momento
infinitesimal do agora que busca no passado a repetição que se faz
mesmo na diferença. Invocando assim o prazer que é silencio e
imobilidade junto ao eterno. Sempre de novo e sempre constante. Mas o
oposto da ausência também arde e clama no ser! Quando volúpia, o
desejo se faz no excesso, é um transbordar-se impetuoso e
desbravante voltado para o por-vir. O sagrado esquecimento que
permite a novidade no antigo. Constituído por um deleite perturbador
de voracidade indefinida. Em nem uma de suas manifestações o desejo
pode ser satisfeito, pois nada há nele de necessidade, instinto
primitivo do homem-bicho. Há apenas imaginação, criação do
impossível e substituição precária deste. Matriz cíclica de
movimento imóvel. O prazer é um de seus fenômenos, mas não seu
objetivo, já que ele sempre volta-se para si, carregando
concomitantemente conquistas e fracassos numa mesma ânsia sem nome.
Incógnita que se esconde ao revelar-se num jogo sem fim de bonecas
russas, uma a guardar a outra, mais fundo, mais dentro, mais longe...
A Força
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"A ação perfeita é devoção". Li em algum livro de ocultismo da Helena
Blavastky, e nunca me esqueci, no meu coração sentia que era a mais pura
verdade. Des...
Há 7 anos
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