domingo, 15 de janeiro de 2012

O inquantificável

Quando me vejo só na mesa da partilha,
E restam em meu olhos apenas os ecos de minhas vastas emoções,
O vulto de meus pensamentos imperfeitos, ao largo da solidão
E do abandono que me configuram, pergunto ao incógnito:
Quanto de mim sou eu, quanto é o Outro?
Quanto de mim é parte, quanto é todo?
Quando de mim passa, quanto prega na eternidade?
Quanto de mim é liberdade, quanto é prisão?
Quanto de mim são os mortos que me precederam?
Quanto é a vida que me sucederá?
Quanto é canto e poesia, quanto chora em agonia?
Quantos me habitam e em quantos habitarei?
A repetição, o tempo, o nada...

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