segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Que Coisa !?!


Fim de semana de tom amarelo desanimo e gosto agridoce. A temperatura de meus dias variou entre a secura da tarde e a chuva morna que gotejou pela noite. Tudo muito “mais-ou-menos”, um sentimento de incompletude me acompanha, de parcialidade, parece que tudo vem pela metade. Vem, mas vem somente uma parte: parte do Amor que poderia ser, parte da Felicidade que poderia ter, parte da Liberdade que poderia usufruir, parte da “Flauta Mágica” que poderia assistir. Tudo sempre em parte, o constante sentimento de que algo sempre fica faltando, alimenta o desassossego de minha existência!
Dias esses que levei ao ritmo contagiante e letárgico de “Coisas” de Moacir Santos. Experiências sonoras únicas, e a cada “Coisa” que ouvia em um novo estado da matéria me transformava. Meu corpo se tornou tão amórfico quanto minha personalidade. Os sons da música criaram um ambiente idílico onde meus ossos e músculos se tornaram gelatinosos com a batida tribal e hipnótica. Senti minhas células e átomos vibrando, pulsando e dançando compassadamente, enquanto meu corpo derretia e escoria da poltrona ao chão do quarto. E já no instante seguinte com os sons múltiplos e harmônicos dos metais, trompete, saxofone, flauta, senti meu ser se esvair pelo ar como fumaça de cigarro, leve e fluida. O trompete tocava uma melodia triste e cotidiana, e meu corpo-fumaça bailava pelo ar, em movimentos simples e desinteressados. E assim sem maiores desgostos e gastos de energia, passaram minhas horas e os dias terminaram e recomeçaram...

3 comentários:

Habitante disse...

utestemunha ocular, mera, somente, simples, mais que... ou nada.

Anônimo disse...

Faustico até a ponta dos seus charmosos cabelos desarrumados!
Na minha experiência é a expectativa que dá essa sensaçao de imcompleto...

Anônimo disse...

ooops iNcompleto!