Aqui nesse espaço metafísico, tão irreal quanto à própria vida, regurgito em forma de palavras tudo que meus olhos comem e bebem do universo ao meu redor. Pensar pesa-me, por isso despejo aqui um pouco de minha Vaidade mascarada de Loucura. Minhas reflexões desconexas, minhas especulações surreais, minhas abstrações cotidianas, minhas elucubrações e devaneios, toda a minha mais vã filosofia...!
O panteísmo é uma doutrina muito antiga, adotada na história em diferentes épocas por distintas correntes filosóficas e religiosas, como os estóicos, epicuristas e depois até alguns iluministas. Também no oriente o panteísmo se aproxima de alguns conceitos da religião budista, entre povos da antigüidade e tribos indígenas na América também havia uma espécie de panteísmo na adoração a natureza. O panteísmo é fundamentalmente a crença espiritual de que deus como ser onipresente esta em todas as coisas existentes, nos seres vivos e nos elementos da natureza. Tudo tem um pouco de deus, e deus é um pouco de tudo. Até mesmo o radical ateu Schopenhauer, desenvolveu em sua filosofia um tipo de panteísmo, ao afirma que a origem de tudo vem de uma força inconsciente e irracional denominada Vontade, que rege o mundo e os seres.
Pensando racionalmente o panteísmo é talvez a mais coerente idéia sobre a possível existência de deus, pois acreditar em um homem vestido de branco com uma barba enorme sentado em um trono por sobre as nuvens e deveras metafórico para não dizer infantil ou cômico. O grande problema das religiões monoteístas é essa imagem de um deus único que se coloca como um criador externo a própria existência, como alguém que só observa o mundo do lado de fora. É difícil imaginar alguma coisa fora do mundo, já que o mundo é tudo o que conhecemos (em parte), afinal se ele fica fora do mundo então não participa dele, e se fica fora, fica aonde, no espaço, na lua, no sol? No panteísmo deus ganha a forma de um tipo de substancia invisível que permeias as coisas, e assim é mais fácil de imaginar como ele age. Podemos afirmar o panteísmo até dentro das noções cientificistas, por exemplo, toda forma de vida conhecida até agora compartilha de do elemento carbono, talvez ele pudesse ser deus, ou mesmo o oxigênio que transita por toda parte sem ser visto, talvez seja ele deus. É claro que com isso não quero dizer que a problemática de deus seja uma questão de comprovação racional, lógica ou cientifica, bem sei que é uma questão de fé (fé entendida como a crença em algo possível, sentido, mas não comprovável, o pulo no escuro. E isso não se restringe só a questões religiosas, por exemplo, o amor ou o medo são coisas conhecidas e sentidas, mas não podem ser efetivamente comprovadas).
Como ateu convicto, mas curioso sobre as questões metafísicas, desenvolvi para minha filosofia pessoal um certo conceito a respeito da existência de deus. Claro que não acredito em deus, e nem mesmo gosto muito dessa palavra, que esta deveras carregada, historicamente falando, de sentidos ligados ao cristianismo (no meu caso que sou um brasileiro ocidentalizado) e a idéia de um ser todo poderoso, superior, bondoso e julgador. O que realmente me faz adotar o ateísmo não é em si a descrença em um deus, mas sim a impossibilidade dentro da minha filosofia de associar a liberdade criadora e autotransformadora do homem-artista com a existência de um ser que me governe conscientemente e que decide sem minha consulta o que seja o bem e o mal. A própria idéia de livre arbítrio já foi superada, pois o livre arbítrio é a possibilidade ou a grande caridade de deus em seu espirito democrático, de permitir que nós seres humanos escolhamos entre o bem e o mal. Isso não é liberdade! Liberdade criadora diz respeito a possibilidade não de escolher entre um bem e um mal já predefinidos, mas sim criar o que venha a ser o bem e mal. A idéia de deus nasceu na mente do homem primitivo como uma necessidade de explicar os fenômenos da natureza e ocupar o enorme espaço deixado em nosso espírito por nosso desconhecimento. Mesmo entre os gregos antigos, seus múltiplos deuses eram arquétipos mitológicos em forma humana, não que eles realmente acreditassem nisso, mas sendo um povo essencialmente artístico, tinham a necessidade de explicar o mundo através de narrativas e mitos que consolidavam sua cultura e mediavam sua relação com a natureza e com sigo mesmos. Assim sendo admito a importância de deus na história do pensamento humano, mas a verdade é que ele esta morto (como afirmou Nietszche) e precisamos de novas idéias que ocupem seu lugar.
Por isso criei a minha própria idéia de deus, partindo de algumas leituras existencialistas, filmes do Bergman e em especial de uma frase muito intrigante da filosofa francesa Simone Weil: “Deus só pode estar presente na criação sob a forma de ausência”. Acredito seriamente na Ausência, no Vazio, no Nada, até porque sinto isso no fundo da alma, a necessidade de ocupar a mim mesmo, minha imensidão intima me assombra. Como diz o Bachelard, a imensidão é uma categoria filosófica, pois como pensar geometricamente em um espaço que se estende ao infinito, que nunca pode ser totalmente ocupado ou mesmo observado, somente vislumbrado. “O mundo é grande, mas em nós ele é profundo como o mar”(Rilke). Dessa profundeza intima, desse vazio incomensurável nasce a Angústia, a necessidade de tentar ocupar-se a si mesmo. Assim sendo se deus existe mesmo ele é o Nada, ele é a Ausência que esta está em tudo, como a substancia invisível do panteísmo, só que pelo avesso. Tudo que existe traz uma dose de ausência, um espaço vazio que permiti a constante transformação. Se deus existisse como presença ele seria tudo, e não haveria espaço para mais nada. Sendo ele Ausência ele permiti que as coisas existam e se transformem. Deus é por tanto, a possibilidade do Ser.
“Deus está em toda parte, mas tão disfarçado que é como se não estivesse”. (Drummond)
Quando penso em arte, de forma geral, uma das questões que mais me intriga é como a arte, a principio uma artificialidade, se relaciona com a vida? Como a arte, que é uma mentira, uma ilusão, pode se tornar real, pode se tornar verdade, pode se tornar viva?
No filme “Cisne Negro” do diretor Darren Aronofsky, a personagem Nina Sayers (Natalie Portman), uma bailarina, vive um intenso e assustador drama psicológico que transita entre sua vida pessoal e sua carreira artística. Ao ser escolhida para interpretar o cisne branco e o negro na peça de Tchaikovsky, ela inicia um processo de criação de personagem que acaba por ultrapassar as barreiras da sanidade e trazer das profundezas de sua alma seus instintos e desejos mais tenebrosos. Dentro da narrativa do filme, como em uma analise psicanalítica, não há distinção entre a realidade e o delírio, tudo ocorre dentro da mente da personagem, que vive duplamente dilacerada. Por um lado em sua vida intima, entre a extensão de sua infância e seus desejos de mulher, e ao mesmo tempo em sua vida artística, entre sua perícia técnica e seu impulso criador.
Nina é uma jovem doce, meiga e frágil, de uma beleza luminosa e um talento provindo da dedicação e do esforço. Mas ao ser desafiada pelo diretor de sua companhia de bale a interpretar o cisne negro, entra em contradição com sua própria personalidade. A peça “O Lago dos Cisnes” conta a história de uma princesa que enfeitiçada se torna um cisne branco, e passa a esperar o amor perfeito para se libertar, mas quando enfim surge o príncipe ele é seduzido pelo cisne negro, terminando a história da princesa em um trágico suicido. Nina é a exata imagem do cisne branco, tanto em sua vida pessoal como na profissional. Na vida pessoal ela é a imagem da pureza virginal, oprimida pela superproteção da mãe, que a mima e controla de uma forma amorosamente perversa, mantendo-a presa a um ambiente infantilizado, privando-a de qualquer intimidade e privacidade com seu próprio corpo, ela reluta contra o desejo sexual que arde em seu interior. Em sua vida profissional ela encarna o apolíneo da arte, técnica, controle, configuração exata de gestos e formas, harmonia, beleza. Mas para interpretar o cisne negro ela necessita do dionisíaco, o extase, a paixão, o desejo, o instinto.
Nina, que se realiza ao conquistar o papel principal da peça, passa a viver uma paranóia com sua concorrente, a sexy Lily (Mila Kunis). Uma mistura perturbadora entre desejo e ódio. Lily passa a representar a imagem do cisne negro, sedutora, impetuosa e espontânea. Ela é tudo o que Nina não é e ao mesmo tempo tudo que ela quer ser. A personagem Beth Macintyre (Winona Ryder), antiga estrela da companhia, substituída, simboliza os maiores temores de Nina. Ela é a perfeição em decadência, os símbolo da autodestruição e do abandono, ainda mais depois de um terrível atropelamento que a deixa praticamente aleijada. Nina há tinha como um exemplo de beleza, mas passa a teme-la ao ver quais as conseqüências de sua impetuosidade e agressividade, que a levam a um estado deplorável.
A narrativa do filme tensa e angustiante, traga pouco a pouco o espectador para dentro do drama de Nina, que assombrada por seus medos e ao mesmo tempo tomada pela obsessão do papel do cisne negro, começa a quebrar todas as barreiras racionais que separam arte e vida. O diretor se serve do elemento do bizarro e da estranheza para materializar a metamorfose psicológica vivida por Nina em algo corpóreo. Assim ela inicia uma espécie de mutação entre a mulher e o cisne negro. Esse elemento da ao filme algo de extremamente tátil e sensitivo, quase se pode sentir na pela as mutações do corpo de Nina, a pele que se solta, as penas que nascem, os ossos que se modificam. O suspense inquietante, carrega elementos de terror, que surgem nas visões de Nina tal qual fantasmas, desde a perseguição de seu reflexo nos espelhos, até cenas de sexo e assassinato com a concorrente Lily.
O desfecho do filme revela Nina como uma artista em plena ascensão e declínio, do ápice de sua magnifica apresentação, a sua própria autodestruição, vigor e morte. Nina sublima seu próprio Ser atingindo a perfeição de sua obra e pagando com a vida por sua ousadia extrema e sua loucura divina.
O que é a arte enfim, senão a experiência da vida, entendida pelo filosofo Dewey como a relação entre o homem e seu mundo? A verdadeira obra de arte é a experiência do artista materializada, e essa obra só pode sobreviver ao tempo quanto é revivida na experiência do fruidor, ou do interprete no caso de Nina, que revive em seu próprio drama pessoal a história criada a tornada música e dança por Tchaikovsky. O drama humano que se repete por entre os séculos, a batalha simbólica e espiritual entre a luz e as trevas, consciente e inconsciente, amor e morte, tudo isso se manifestou na obra “Lago dos Cisnes” , tudo revive no filme “Cisne Negro”, na personagem de Nina, nos olhos e corações dos que desfrutam. Será que por isso as verdadeiras obras de arte são vistas como imortais? Nietzsche nos diz no prefacio de leu livro “O Nascimento da Tragédia” que esta convencido de que a arte é tarefa suprema e atividade propriamente metafísica da vida. Tarefa suprema porque permite transcender a nós mesmo em um ato de autotranformação e autocriação, o homem deixa de ser artista e se torna obra de arte. Atividade metafísica porque a arte sendo uma mentira trata de uma verdade através de uma representação ou mímeses, assim ela é capaz de inverter os valores de verdade e mentira. A mentira que convence o mentiroso se torna a mais poderosa verdade, a Arte!
domingo, 13 de fevereiro de 2011
A vida e feita de escolhas, umas são boas outras ruins, mas no fundo são todas sempre erradas.
Hoje ao acordar, trouxe comigo do mundo do sonhos um sentimento sem imagem, uma lembrança sem experiência, uma sensação clara sem um objeto definido. Um sentimento de prazer misturado a melancolia, um afago com gosto de abandono, uma espécie de presença ausente. Não me lembro bem, não saberia narrar, foge-me da memória. Mas sei que era ela, era a Bela, a parte de mim que me escapa, a metade que falta, a ausência que clama. Me vejo deitado em uma cama, ora sou criança e sinto Medo, ora sou adulto e sinto Angústia, não sei que frio me envolve e me penetra na alma, por debaixo da coberta, nas entranhas do Ser. Ela surge como um anjo, não sei de onde vem, brota silenciosa como uma flor de luz no meio da escuridão do meu quarto perdido. Seu rosto não conheço, seu nome me esqueci, mas seus olhos, que me fitam como uma benção, enchem-me de um doce calor maternal. É a musa pálida, divina e mórbida dos poemas de Álvares de Azevedo. Essa estética do romantismo maldito, da forma a meus sonhos e devaneios de Amor e Morte. Era ela, eu sei, mesmo sem saber, eu sei...
Todo homem carrega consigo uma dupla imagem de mulher. A Santa e a Puta, a Paz e o Desejo, opostos complementares, arquétipos que transpassam o tempo. O beijo na boca, como uma pétala que pousa por sobre os lábios, acalma e acalanta o coração. Os olhos que despertam e se deparam com a ilusão desfeita, deixam escapar uma leve lágrima que denuncia o desejo frio e o desalento invocados pelo sonho do impossível.
“Dai, no fim da minha vida, esta cinza que me cobre... Este desejo obscuro, amargo, anárquico de me esconder, mudar o ser, não ser, sumir, desaparecer, e reaparecer numa anonima criatura sem compromisso de classe, de família.” (Cora Coralina)
“É no azul que se encontra esta profundidade e, de maneira teórica, jé em seu movimento: 1° - movimento distanciamento do homem; 2° - movimento dirigido para seu próprio centro. O mesmo ocorre quando se deixa o azul agir sobre a alma. A tendência do azul para o aprofundamento torna-o precisamente mais intenso nos tons mais profundos e acentua sua ação interior. O azul profundo atrai o homem para o infinito, desperta nele o desejo de pureza e uma sede de sobrenatural. É a cor do céu tal como se nos apresenta desde o instante em que ouvimos a palavra céu” (Kandisky)
“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança”. (Oswald de Andrade – Manifesto da Poesia Pau Brasil)
"Se Deus existe, então toda vontade é Dele, e fora da vontade Dele nada posso. Se não existe, então toda vontade é minha e sou obrigado a proclamar o arbítrio". (Dostoiévski- Os Demônios)
"...nada no mundo o impedirá de ver, de recolher e reconhecer a Verdade da míseria do mundo. Da miséria dos homens. O intelectual verdadeiro, por tudo isso, sempre há de ser um homem revoltado e um revolucionário, pessimísta, cético e cínico: um fora da lei. (Mario de Andrade)
"Consideramos ainda a auto-suficiência um grande bem; não que devamos nos satisfazer com pouco, mas para nos contentarmos com esse pouco caso não tenhamos o muito, honestamente convencidos de que desfrutam melhor a abundância os que menos dependem dela". (Epicuro)
"“E longos carros fúnebres sem música nem tambor, Desfilam lentamente na minha alma; a Esperança inteira, Vencida, chora; a Angústia atroz desfralda a dor E despótica implanta no meu crânio a sua negra bandeira.” (Charles Baudelaire)
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte." (João Cabral de Melo Neto)
“Minha condição é muito pequena. Sinto-me constrangida(...)O meu descompasso com o mundo chega a ser cômico de tão grande. Não consigo acertar o passo com ele. Já tentei me pôr a par do mundo, e ficou apenas engraçado: uma de minhas pernas sempre curta demais. O paradoxo é que minha condição de manca é também alegre porque faz parte dessa condição(...) A condição não se cura, mas o medo da condição é curável.” (Clarice Lispector)
"O que se pode prometer - Pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que normalmente são consequência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato. a promessa de sempre amar alguém significa, portanto: esquanto eu te amar, demostrarei com atos o meu amor; se eu não mais te amar, continuarei praticando esses mesmos atos, ainda que por outros motivos: de modo que na cabeça de nossos semelhantes permanece a ilusão de que o amor é imutável e sempre o mesmo." (Nietzsche)
"Reconheço hoje que falhei; só pasmo,às vezes, de não ter previsto que falharia. Que havia em mim que prognosticasse um triunfo? Eu não tinha a força cega dos vencedores ou a visão certa dos loucos...Era lúcido e triste como um dia frio." (Bernardo Soares)
" A cidade não pára a cidade só cresce o de cima sobe e o de baixo desce" ( Chico Science)
"Os mesmos fatores que assim redundaram na exatidão e precisão minuciosa da forma de vida redundante também em uma estrutura na mais alta impessoalidade; por outro lado, promoveram uma subjetividade altamente pessoal. Não há talvez fenômeno psíquico que tenha sido tão incondicionalmente reservado à metrópole quanto a atitude blasé" (George Simmel).
" A língua lambe as pétalas vermelhas da rosa pluriaberta; a língua lavra certo oculto botão, e vai tecendo lépidas variações de leves ritmos. E lambelonga, lambelenta, a licorina gruta cabeluda, e , quanto mais lambente, mais ativa, atinge o céu do céu, entre gemidos, entre gritos, balidos e rugidos de leões na floresta, enfurecidos". (Carlos Drummond de Andrade)
"Sobre as constantes divagações provocadas pelo haxixe: antes de mais nada, a incapacidade de ouvir. Por mais que ela aparentemente contrarie aquela infinita condescendência para com os outros, são coisas que estão na verdade profundamente imbricadas. Basta que o parceiro abra a boca para que ele nos inspire uma decepção sem limites. O ele diz soa muito aquém de tudo o que, se ele se calasse, nós lhe atribuiríamos de bom grado. Ele nos decepciona dolorosamente ao desconsiderar aquilo que, no transe do haxixe, constitui o foco de atenção por excelência: nós mesmos." (Walter Benjamin)
"Sem contrários não há progresso. Atração e Repulsão, Razão e Energia, amor e Ódio são necessários à existência Humana. Desses contrários saem o que os religiosos chamam Bem e Mal. O Bem é passivo que obedece à Razão. O Mal é o ativo que vem da Energia. O Bem é o Céu. O Mal é o Inferno." (Blake)
"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo". (Foucault)
" Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada". (Clarice Lispector)
" Não, não é cansaço...É uma quantidade de desilusão Que se me entranha na espécie de pensar, É um domingo às avessas Do sentimento, Um feriado passado no abismo... Não, cansaço não é... É eu estar existindo E também o mundo, Com tudo aquilo que contém, Com tudo aquilo que nele se desdobra E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais" (Álvaro de Campos)
"Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é o mesmo e nós também não" (Heraclito de Éfeso)
"A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas idéias, e timbarndo em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra." (Sérgio Buarque de Holanda)
“Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode” (Sartre)
“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que a explique e ninguém que não entenda.”(Cecília Meireles)
"Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos."(Marx)
"O que é o ser eterno que nunca nasce? Como é aquele que nasce sempre e que nunca existiu?" (Platão)
"Zombar da filosofia é verdadiramente filosofar" (Pascal)
" As vicissitudes de nossa vida semelhan as figuras do caledoscópio: sempre que o fazemos girar, vemos algo diverso, mas na realidade o que temos diante dos olhos é sempre a mesma coisa." (Schopenhauer)
A Força
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"A ação perfeita é devoção". Li em algum livro de ocultismo da Helena
Blavastky, e nunca me esqueci, no meu coração sentia que era a mais pura
verdade. Des...